Porque não construímos um grande futuro?, por Ozires Silva
Muitos brasileiros têm se perguntado por que estamos presos ao subdesenvolvimento, sobretudo quando vemos países inesperados assumirem posições de destaque no mundo econômico, cultural e industrial, avançando sobre o comércio mundial com vantagens competitivas inesperadas.
Entre nós mesmos, o Brasil é um dos países que mais subestimamos. À China e à Coréia do Sul, entre outros emergentes, costumamos atribuir papéis de destaque na revolução global da Tecnologia e da Economia. Mas ao Brasil reservamos, no máximo, um título coadjuvante. É um grande erro, pois, já sendo uma das primeiras economias do mundo, nosso país pôde emergir da crise econômica recente, mantendo a esperança e a vontade de se tornar uma potência mundial. Curiosamente, bons brasileiros acreditam nisso, mas, em relação a esse desejável objetivo, pouco ou nada fazem.
Alexander Busch, jornalista alemão sediado no Brasil há quase duas décadas, insere no seu recente livro, Brasil: País do Presente, a previsão de um futuro próspero para o País, assinalando que, nas vésperas das eleições presidenciais, independente de quem venha ocupar o cargo, isso vai acontecer. Podemos perguntar quais seriam as razões para que, um alemão (não brasileiro, portanto), emita expectativas tão positivas?
Segundo Busch, especialista em economia e política e que vive em terras brasileiras há 16 anos, o caso do Brasil é um dos mais interessantes já vistos. Seu livro cria um cenário sobre as perspectivas econômicas e políticas do País. Com base em argumentos perspicazes e extraídos do seu dia a dia como jornalista, ele mostra os trunfos que nosso país tem nas mãos, os quais poderiam ser usados agora para garantir uma “decolagem” rumo à condição de potência econômica mundial.
Por que tantas descrenças do nosso lado, o dos brasileiros, pergunta Busch? Ele argumenta que teriam chegadas a hora e a vez do Brasil! Em vez de fazer samba e gols, o país poderia se concentrar agora em outra ambição: a de entrar para ficar no clube seleto das novas potências econômicas do planeta. Nessa corrida, o Brasil pode apostar alto: transformação da educação em real prioridade nacional, implantar um modelo na produção e consumo de combustíveis alternativos, manter a posição de grande fornecedor de matérias-primas, mas iniciar uma escalada firme nas áreas de produtos mais valiosos e ricos em conhecimento e conteúdo.
E, diz Busch, o mundo acompanha de perto o que poderia ser o boom brasileiro. Para os especialistas, nossa saúde econômica promete, o que é real há anos. Todavia, o jornalista alemão reconhece que há pedras no caminho do Brasil, insistindo que manobras políticas mal pensadas, como a aproximação com o Irã e Cuba, fizeram o país perder simpatizantes. Agora, o Brasil precisa mudar essa imagem e investir em segurança, educação, preparando a mão de obra para o futuro que bate à porta.
Busch coloca positivamente que seu livro possa ter ajudado a alertar o público na Europa sobre o potencial político e econômico do Brasil. Principalmente na política e na administração pública, onde negligenciaram o Brasil até recentemente. Infelizmente, o nosso país “do carnaval, samba e futebol”, em grande medida, permanece na sociedade alemã e principalmente na mídia mundial, mas acredita que isso pode mudar rapidamente. Assegura que há novas demandas de informação sobre o Brasil na Europa e sugere que temos de aproveitar tudo isso no mundo global no qual vivemos e transformar pensamentos, em realidades!
Artigo divulgado em 13 de abril pelo jornal A Tribuna