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O mundo que não nos espera

O mundo que não nos espera

No Século XXI, somos assistentes de um real espetáculo mundial focado no desenvolvimento de nações e regiões, na criação permanente de horizontes que não vislumbrávamos há pouco. A realidade que nos cerca é completamente diferente daquela que imaginávamos, e nossos sucessores vão viver sob o que produzirmos hoje. Enfim, o que ocorrerá no futuro depende do que fizermos agora.

 

É engraçado como há gente que pensa poder enganar a vida ou fugir das voltas que o mundo dá. É impressionante como tudo pode mudar num segundo, seja uma história ou um pensamento. Basta uma palavra, um sinal ou uma ação para modificar por completo o que se achava que era o certo. Mas aí que nos enganamos. Nada nessa vida é certo, e essa é a graça de viver. Viver é uma aventura onde somente os corajosos são capazes de ir adiante, sem medo dos avanços que os cercam. O que ontem era, hoje já não é. E o que hoje é, amanhã já não mais será. Viver requer se desapegar do mundo material, desapegar das ideias fixas e estar sempre adepto às mudanças. A vida pode surpreender, seja ela de um jeito bom, ou não! Mas isso cabe a nós decidir o que vai ser e como vai ser. E temos de acreditar que, se seguirmos o coração ou vontades poderá haver erros, mas a surpresa também pode ser agradável, uma vez que o diferente sempre estará à espreita.

Vamos a um grande exemplo: o petróleo um dia vai acabar, isso é certo. Em muitos lugares já acabou. Ainda não é possível estabelecer uma data precisa para essa total exaustão das reservas. No início deste século, os cálculos mais acurados indicavam que a produção iria se estabilizar ao redor de 2004, e que esse patamar iria durar, na melhor das hipóteses, apenas 15 anos. Depois disso, a extração de petróleo convencional entraria em gradativo declínio. Para a maioria dos especialistas, o patamar estável já foi atingido. O próximo passo, fatalmente, é que a produção global irá parar de crescer em breve. Preparados ou não, teremos de enfrentar um futuro sem petróleo.

Até mesmo os mais otimistas admitem que os limites físicos já são visíveis. O grande temor é a lentidão com que o mundo está reagindo à quase certa escassez do petróleo no futuro próximo. Carros com motores mais eficientes e alternativas como os biocombustíveis vão compensar o fim de algumas fontes de petróleo, mas o maior desafio talvez seja o de reduzir a demanda em sociedades sedentas de energia. No entanto, discussões realmente sérias sobre mudanças em nosso modo de vida ainda não começaram. Corremos o risco de ser simplesmente atropelados pela história.

 

É difícil substituir o petróleo como matéria-prima. Os copinhos hoje de plástico poderão ser feitos via outros meios, talvez menos eficientes, mas existirão. Fontes limpas e abundantes de energia, como a eólica e a das marés, substituirão a energia das termelétricas e usinas nucleares. O hidrogênio, elemento químico mais abundante do Universo, será chamado a produzir a energia que necessitamos! Enfim, as soluções terão de vir. E virão!

 

Sim, podemos estar agora numa posição de céticos ou de “nada tenho com isso”. Esse desligamento da realidade pode ser letal e afetar milhões de pessoas. Precisamos não parar de pensar sobre o que podemos fazer, e não ficar no conforto de que “outros” farão coisas que não fazemos ou pretendemos fazer.

 

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Artigo publicado no jornal A Tribuna, em 26/11/2017.