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O mundo “fabrica” o futuro, por Ozires Silva

Crédito: Divulgação

Nas últimas décadas, tudo acontece mais rapidamente. Aumentou a frequência que coisas novas chegam ao nosso alcance, diretamente ou via comunicação eletrônica. Tudo isso monta diferentes mosaicos de surpresas. Ao mesmo tempo, é espantoso constatar a velocidade com que o tempo se escoa, em face dos acontecimentos que se sucedem e se modificam com rapidez. É um espanto que já tenhamos vencido o primeiro semestre de 2012!!!

 

Há uma real ebulição e crescimento das novas ideias e da inovação, em ritmo quase explosivo, mostrando que a maioria das iniciativas possa estar nas faixas dos mais jovens. Sabemos que a população mundial está se envelhecendo e que, muito do que se produz, seja produto direto da experiência, mas algo altera tais antigos axiomas. Quando observamos as crianças manipulando computadores, jogos eletrônicos com extrema habilidade, temos de aceitar que nestes novos tempos os jovens estão com a palavra.

 

Mudanças significativas são impulsionadas pelo extraordinário desenvolvimento das telecomunicações e das técnicas digitais – reais revoluções! A globalização mundial que começou no final do Século XX, com os fluxos de recursos financeiros percorrendo o mundo independente das moedas, ganhou espaços. Mais recentemente o movimento de produtos se intensificou, indo e vindo de e para todas as regiões. Nestes momentos observa-se o crescimento da migração de pessoas gerando e buscando oportunidades em outros países ou continentes. Este efetivamente é um fenômeno descrito com detalhes no excelente livro de Thomas Friedman – O Mundo é Plano.

 

 

Estamos na segunda década do novo Século XXI e é constatado que as populações migraram e passaram a viver em áreas urbanas, densamente povoadas. É nas cidades que a riqueza vem se concentrando, criando sérios problemas hoje sentidos e vividos por metrópoles que não param de crescer. Possivelmente, seja por esta mesma razão é que o produto mundial de serviços tenha superado o industrial.

 

É a realidade da globalização! Seu impacto já é sentido pelas empresas, regiões, países e pelas pessoas. A integração entre economias nacionais, culturas, tecnologias já produz uma interdependência inevitável. Afeta diretamente normas e regulamentos, como os de direitos humanos, meio ambiente, qualidade e padronização de produtos, etc, que se internacionalizam. É real uma fronteira de um “Direito Mundial’, que está nascendo. Em resumo, constata-se que os cidadãos são hoje mais mundiais e menos nacionais. Os mais variados produtos fabricados em todos os países podem ser encontrados em todo o mundo, fragilizando fronteiras políticas.

 

Há uma unanimidade. Muito do futuro pode ser previsto e que é possível planejá-lo. Fatos novos e imprevisíveis, descobertas ou acontecimentos que quebraram paradigmas, podem alterar todo um quadro planejado. A pergunta seria: como tratar tais fatos que, como ocorreram e alteraram quase tudo? A resposta obriga-nos a colocar que os vencedores estão entre os que fizeram os melhores planos, dando vantagem para os responderam com rapidez e eficiência em relação ao inesperado.

 

Os argumentos acima começam a apontar caminhos para análises que certamente poderão interessar não somente fabricantes de produtos, mas também aos que se dedicam ao fornecimento de serviços. Nos planejamentos dos países, das regiões e das empresas cada elemento básico precisa ser pensado, e mais do que isso, ampliado para atingir todos os campos, e com eles interagir. As preocupações mundiais, transportes, energia, alimentos, telecomunicação, saúde, educação estão sob clima de ebulição. Ganharão aqueles que melhor entenderem melhor o ambiente no qual vivem e ajam para tirar vantagens de cenários ainda não presentes, mas que poderão se apresentar em pouco tempo.

 

Os planejadores já constatam que a Educação, de alto nível e ao acesso de qualquer cidadão, mostra-se como necessidade fundamental e contará firmemente na classificação dos vencedores do futuro. Por tudo isso, não se pode chegar ao futuro, sem que se planeje o como chegar lá! Ou seja, se sabemos aonde queremos chegar, fica mais fácil ir!!!

 

Artigo divulgado pela revista Vale Paraibano, de São José dos Campos, em agosto de 2012.