Ensino Tecnológico e Empreendedorismo, por Ozires Silva
Possivelmente muitos dos leitores tenham visto a extraordinária divulgação que os diferentes veículos do mundo estão oferecendo para alguns tópicos do tradicional ‘Você Sabia?’ e, entre eles, os que salientam que:
– Brevemente haverá mais chineses falando inglês do que o total das populações americana e inglesa; – As informações técnicas disponíveis estão dobrando a cada dois anos; – O mundo está preparando jovens para empregos que ainda não existem, para aplicar tecnologias que também ainda não existem, para resolver problemas que ainda não existem.
Certamente aqueles que acompanham o desenvolvimento mundial concordam que há muitas coisas acontecendo, e com impressionante rapidez. O que se constata, colocado como pano de fundo, nos leva a avaliar o quadro amplo das possibilidades (e dificuldades) que existem para educar, preparar e especializar os jovens de hoje, fazendo com que sejam capazes de enfrentar a avalanche de informações e de conhecimento, nascendo a cada momento e com os quais têm de lidar, na competição global e mundial do mundo moderno.
O primeiro quadro negro, utilizado formalmente numa sala de aula, contam que deve ter ocorrido na Alemanha, por volta do final do Século 18, ou seja, há mais de 200 anos! Ainda hoje, nossas formas de ensinar e treinar alunos seguem na mesma linha, com o professor com suas costas voltadas para os estudantes durante a maior parte do tempo. Tem sido, e parece que foi, uma pedagogia fundamental, inaugurada há tantos anos, mas dotada de quase total ausência de interatividade. Claramente isto não mais se aplica, num mundo no qual circulam informações e conhecimentos com enorme velocidade e eficiência.
Temos de procurar alternativas sobre o que agora surge como deficiência e inovar para novas perspectivas de aprendizagem. Temos de acelerar e tornar urgentes os nossos esforços.
A Anima Educação, gestora da Unimonte, está trabalhando com prioridade sobre novos sistemas de ensino e aprendizagem. Está buscando alternativas para investir fortemente nesses novos horizontes. Isto por entendermos que além de cidadãos brasileiros, nossos jovens também terão de enfrentar concorrência de asiáticos, europeus e americanos, numa condição clara de que o mundo não está a nossa espera! Temos de caminhar e aumentar a velocidade de mudanças que possam ser implantadas e capazes de produzir diferenças.
Se estas iniciativas puderem ser consideradas uma revolução, elas não deverão afetar simplesmente as salas de aula, mas as escolas como um todo, como também não podem afetar somente os cursos superiores e de pós-graduação, mas abranger, e importante, os cursos fundamentais, na atualidade mais sob a ação dos poderes públicos municipais.
Os esforços de mudança precisam ser amplos e conjuntos, do setor privado somando com o público, gerando-se uma parceria que precisa ser vencedora. Temos de incluir nos nossos currículos temas e discussões como o empreendedorismo, que abram a mente dos jovens para o valor da criação e da inovação.
Mas isso não acontecerá sem alguma dor, pois temos de nos munir com a coragem necessária para construir novos horizontes, os quais terão de ser precedidos por atitudes e conceitos que mudem a forma de agir da nossa sociedade e que alterem o como e o quê fizemos no passado. Tais contextos obrigam-nos a enfrentar novos parâmetros e mecanismos que serão valores a serem pagos para construirmos uma sociedade de um país moderno, competitivo, que transfira para cada cidadão uma qualidade de vida superlativamente melhor!
Artigo divulgado no jornal A Tribuna em 30 de setembro de 2012.