Educação e Desenvolvimento – Por Ozires Silva
Poucos brasileiros têm na cabeça o quanto a Educação é importante para o nosso desenvolvimento. Mas, sugiro que pensemos, pois quem desenvolve um país não é o Governo, é o povo! Para tanto, temos de falar de um povo educado e transformado pela Educação em cidadãos competentes e competitivos, que possam vencer no mundo.
Em 1876, Nikolas August Otto, alemão, fez funcionar, pela primeira vez, o motor a combustão interna. Estava inventado um motor que revolucionou a propulsão mecânica, hoje instalada em praticamente todos os veículos.
No final dos anos 90, Santos Dumont, viu esse motor numa exposição em Paris e imaginou que aquela pequena máquina poderia ser instalada em balões. Em 19 de Outubro de 1901, conseguiu ganhar o Prêmio Deutsch, decolando com seu Dirigível VI, de Saint Cloud, circulando a Torre Eiffel e retornando ao ponto de partida num tempo inferior a 30 minutos. Estava inventada a dirigibilidade aérea.
Albert Sabin, russo, que vivia nos Estados Unidos, em 1955 e trabalhando com Jonas Salk, usando vírus vivos atenuados, criou a penicilina, dando origem a uma ampla família de antibióticos.
No final dos anos 1930, os ingleses tinham descoberto a utilidade do radar. Usaram o princípio físico do eco que, extrapolado do som, pôde encontrar identificação antecipada de movimento a distância.
Hoje, graças à Guerra Fria, Estados Unidos – Rússia, com a criação dos satélites geoestacionários, temos as telecomunicações internacionais e instantâneas.
Ao fim da Segunda Guerra Mundial, o americano Percy Spencer, observou que uma barra de chocolate submetida a raios eletromagnéticos derretia rapidamente. Movido por um impulso pensou que algo estaria gerando calor. Estava sendo inventado o forno de micro-ondas, hoje uma utilidade que se encontra em todas as cozinhas do mundo.
Em meados dos anos 60, um pequeno grupo de engenheiros do ITA -Instituto Tecnológico de Aeronáutica, de São José dos Campos, imaginou que aviões menores e mais robustos poderiam ocupar o espaço deixado para trás pelas aeronaves a jato. Criaram o BANDEIRANTE, que se tornou uma prova do conceito que seria uma solução viável na Aviação Regional, então inexistente. Hoje a indústria aeronáutica brasileira exporta aviões comerciais para todo o mundo, tornando-se um dos importantes países no setor.
Nos anos 90, Joaquim Coutinho Neto e Fátima Mrue selecionavam um tipo de matéria-prima para fazer próteses que pudessem substituir esôfagos humanos, funcionando como alternativa para doenças do aparelho digestivo. Descobriram uma proteína que torna possível intensificar a vascularização sanguínea, abrindo espaço para a regeneração. Hoje, há produtos no mercado que são importantes para cura de feridas de difícil cicatrização e mesmo de pés diabéticos, evitando amputações.
Perguntamos: O que move estes homens, mulheres, que estimulados pela busca do desconhecido tornaram-se capazes de criar, produzir novos conhecimentos e chegar a descobertas que mudam nossas vidas? Estamos em pleno Século do Conhecimento. Inovações alternativas “aparecem” a todo momento. Elas são criadas por pessoas educadas e inquietas, capazes e observadoras, gerando resultados imensos que influenciam até mesmo o mundo.
O importante é que essas pessoas precisam existir e ter sucesso nos seus trabalhos. Para que elas existam e se projetem, pelo menos dois requisitos são essenciais: uma sólida e competente base educacional e ambientes econômicos favoráveis, constituídos de centros de pesquisas e de conhecimento, desenvolvidos e equipados.
Para isso, precisamos investir, e muito, em Educação. E não é somente uma obrigação do Governo, mas também dos pais e dos cidadãos. Uma tarefa que compete a todos!
Artigo publicado no Jornal A Tribuna em 24 de outubro de 2015.