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Coreia do Sul: do nada para o sucesso, por Ozires Silva

Créditos: Divulgação

A história da Coréia do Sul começa com o final da 2ª Guerra Mundial, em 1945, quando as potências vencedoras contra as nações do Eixo, lideradas pelos alemães, ocuparam o país. Os aliados estabeleceram planos conjuntos para a ocupação dos territórios que, no passado, tinham sido tomados pelo Japão e que seriam independentes.

 

 

Em Junho de 1950 começou a Guerra da Coreia. O Sul, apoiado pelos Estados Unidos, e o Norte pela União Soviética, acabaram por atingir uma situação de impasse, provocando um armistício em 1953, que dividiu a península. A partir daí, a República da Coreia, no Sul, sob o governo autocrático de Syngman Rhee e a Ditadura de Park Chung-hee, alcançou um rápido crescimento econômico. A agitação civil dominou a política até que os protestos tiveram sucesso em derrubar a ditadura e instalar uma forma de governo mais democrática nos anos 80.

 

 

 

Muitos têm tentado entender a natureza da fonte da competitividade da Coréia do Sul e da força fundamental que gerou o seu sucesso, e, como sempre, não há uma unanimidade. É certo que os burocratas sul-coreanos trabalharam duramente para aprender com a política de algumas nações, como o Japão, e criar uma sociedade altamente competitiva.

 

 

 

Todos os dias depois da escola, as crianças estudam disciplinas como inglês, arte, natação ou outras. O percentual de alunos que avançam para o nível superior é da ordem de 80%. A concorrência é brutal entre aqueles que lutam por uma vaga na Universidade Nacional de Seul, ou no pequeno punhado de universidades privadas de prestígio na capital. E a competição continua depois de entrar na universidade, com os alunos fazendo o seu melhor para construir currículos impressionantes.

 

 

 

Não é segredo que os sul-coreanos aspirem ser mais educados do que os japoneses, por exemplo. O país tem mais de 300 mil estudantes em graduação, ou seja 40 mil a mais do que no Japão, que tem o dobro da população da Coréia.

 

 

 

As distinções da capacidade da Coréia do Sul para desenvolver talentos incluem: a diligência para esforços no autodesenvolvimento, surgindo na sociedade recompensas adequadas para aqueles que trabalham arduamente. Tudo isso coroado por uma perspectiva global de um conjunto mental de atitudes internacionais.

 

 

 

Em resumo, parece que houve uma unanimidade da Sociedade Sul-Coreana e de seus Governos na criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento econômico e à competitividade de longo prazo, com base em sistemas educacionais esmerados, dentro de uma livre concorrência, investimentos em inovação e ganhos de produtividade.

 

 

 

Se transferirmos tudo isso para o Brasil, em recente evento em São Paulo foi colocado que, em nosso país, tenta-se salvar toda e qualquer empresa, por mais ineficiente e improdutiva que seja. O exemplo sul-coreano mostra que temos de ter a coragem de não escolher as companhias que deveriam sobreviver, atribuindo isso ao mercado. Numa autocrítica em relação à competitividade e eficiência das empresas brasileiras, se não houver mudanças de mentalidades, não conseguiremos competir. É preciso aplicar grandes volumes de recursos em inovação, ciência e tecnologia. E apesar de ser um dos países mais industrializados do mundo, a Coreia trilhou um caminho difícil até chegar a um alto nível de desenvolvimento. No passado a economia da Coréia do Sul também era protegida pelo governo.

 

 

 

Na atualidade, a concorrência chinesa é uma dor de cabeça até para países altamente eficientes. Mesmo assim, o governo Sul Coreano não cede à tentação de proteger setores ameaçados, sempre ditando que é preciso concorrer e tentar sobreviver no mercado.

 

 

Artigo divulgado em 23 de março pelo jornal A Tribuna