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Não há liberdade sem cidadania, por Ozires Silva

Crédito: Divulgação

Cresce o debate mundial sobre a vida dos humanos no Planeta, em alguns lugares sacudidos por disputas, provocadas por diferentes motivos e sob vários argumentos. A violência aparece sob formas que não víamos, desde há muito, observada por exemplo, na Idade Média. Será que os conceitos sobre cidadania, sobre a vida em grupo, tenham desaparecido, ou estejam sob risco de não mais ser o objetivo das sociedades organizadas?

As últimas décadas mudaram o mundo de forma intensa, graças às rupturas tecnológicas que muito nos afetam na atualidade, mas parecem que, cada vez mais, não levam em conta que uma cidadania esclarecida é indispensável para o bom funcionamento de uma sociedade progressista e respeitosa para com seus cidadãos. Não é generalizada a compreensão de que Governos foram constituídos para servir aos cidadãos, e não o contrário!

Distorções e deficiências certamente são resultados da cultura e do comportamento das massas de pessoas, cada vez mais presentes nas cidades. E que tais comportamentos são derivados do nível educacional e cultural das pessoas. O mundo constata e mostra que tais atributos, os da educação, são necessários para criar leis, regras e regulamentos capazes de garantir as ações suficientes para exercer a supervisão dos poderes constituídos. Portanto, todo o comportamento de uma sociedade depende dos níveis culturais e do comportamento de sua população.

Com todos os seus defeitos, a democracia consagrou-se como a mais aceitável forma de exercer o poder, exercício esse caracterizado como “do povo e para o povo”. No Século XVIII, Thomas Jefferson enfatizava que todo governo se degenera quando confiado aos governantes sozinhos, que podem governar sem a participação ativa do povo. Thomas Jefferson, notável político norte-americano, principal autor da Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, acentuava que os meios mais eficazes de prevenção contra a tirania são as mentes das pessoas em geral que, para tanto, precisam ganhar níveis culturais e de comportamento, somente proporcionados pela educação. Em outras palavras: “Não há liberdade sem Educação!”.

Esses pensamentos com mais de 200 anos mostram que nossa democracia brasileira, ainda encarada como nova, precisa ser ajustada ou renovada. Agora, em 2014, estamos num ano eleitoral e assistindo o embate competitivo dos candidatos aos postos eletivos, sejam eles majoritários ou minoritários. Não tem sido comum termos oportunidades de assistir colocações de reais estadistas dos nossos candidatos, todos praticamente competindo pelos mesmos jargões e objetivos de um passado que precisa ser mudado. Para refletir o mundo competente no qual vivemos, também temos de ser competentes!

Em cada momento que vivemos, graças aos modernos meios de comunicação universais, o mundo está nos mostrando caminhos a seguir, os quais parece que ignoramos. Não prestamos atenção, esquecendo-nos que estamos no Terceiro Milênio, embutidos numa corrida quase que desenfreada pelo conhecimento e pela competência.

Tudo isso mostra um mosaico de produtos, de populações, de pessoas, tudo muito variado e diferenciado – aliás, esta é uma característica bem forte na Natureza – aonde não deveria caber as disputas e sobretudo o autoritarismo de pessoas contra pessoas ou contra as coisas. Por que a pergunta? A resposta cabe a nós e o mecanismo que a democracia nos concede é a eleição, cuja importância não deveria ser subestimada. Nem o voto negociado!