BRASIL, QUANDO ATERRISARÁS?
Neste artigo, associo-me ao que escreveu Samir Keedi, Professor e Autor, referindo-se ao 28 de Abril, dia no qual fomos obrigados a não trabalhar, para respeitar o direito de protestos de um segmento da população brasileira.
Samir Keedi acentuou que qualquer brasileiro sabe que somos o melhor país do mundo em termos geográficos. Temos o maior território agricultável do planeta, oito mil quilômetros de costa marítima, podendo utilizá-la para fins econômicos, coisa que não fazemos. Temos entre 12% e 20% de toda a água doce do planeta. Temos a floresta amazônica imensa e, do mesmo modo, um Pantanal!
Um povo que, educado, poderia fazer qualquer coisa que desejar, com criatividade infinita e suficiente para tudo. País supostamente capitalista, mas sem liberdade econômica para se desenvolver. Uma democracia bastante razoável. Uma população grande. Um país que, graças ao seu enorme mercado, é procurado pelo mundo e atrativo ao capital que o queira. Basta oferecer as condições econômicas necessárias. E, além disso, sem tudo de ruim que afetam muitos, como terremotos, vulcões, furações, tormentas. Enfim, nada impeditivo de se fazer o que se quer.
Assim, reunimos as melhores condições de todo o planeta para ser o melhor país do mundo de todos os tempos. Infelizmente, nunca o Brasil deixou de ser país do futuro. Continua, como estabelece o nosso Hino, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Ainda não aprendemos que somente a educação e o trabalho produzem desenvolvimento em qualquer aspecto. O Japão, nas décadas de 50-60-70, nos mostrou isso. A Coréia do Sul fez o mesmo a partir dos anos 70-80, e todos sabem que eles tinham muito mais fragilidades do que nós. Mas entenderam que só a educação e o trabalho transformam o futuro.
O Presidente da China, Deng Xiao Ping, no final dos anos 70, entendeu isso e, embora socialista ou comunista, tornou a China um exemplo de capitalismo na economia. A Índia faz o mesmo. E nós ficando no fim da fila. Um país que tem tudo e pouco cresce, quase nada proporcionando a sua população. Agimos como os mais pobres países do mundo, com renda per capita de apenas 15% da dos Estados Unidos, tem um custo de produção médio 25% acima do deles. Uma carga tributária nominal de pelo menos 30% maior da americana. Nossos encargos sociais absurdos, tornando nossa mão de obra inviável. O resultado é conhecido: somos pobres.
E o país, comparando-se com a década de 1930 – quando se criou as proteções trabalhistas para proteger os trabalhadores que vinham do campo à cidade -, está numa situação muito diferente. Quanto à expectativa de vida, passou de cerca de 50-60 anos para quase 80. Hoje, viver mais de 80 anos é comum. Até meados do século, viver 100 anos poderá ser fácil.
E nós continuamos na década de 1930, querendo nos aposentar com idade pouco superior a 50 anos. Não percebendo que, para pagar nossas atuais aposentadorias, precisamos trabalhar mais tempo, tornando necessárias reformas legais. Assim, como se quer recolher 25-35 anos e ficar aposentado outros 25-35 anos? Não há sistema que resista.
Assim, cabe perguntar, Brasil: quando acordarás e levantarás de seu “berço esplêndido”? Precisamos pensar, raciocinar, estudar e trabalhar para que sejamos o próximo grande país do mundo.